domingo, 17 de maio de 2015

Relatório Descritivo e Reflexivo sobre Teorias de Texto

Nome: Beatriz Ojeda Jiménez Elsborg Fernandes B51DEC8
Nome: Fernanda Elsborg Fernandes Ojeda Jiménez B5013E8

Orientações introdutórias sobre Teorias de Texto 

Reconhecendo a suma importância da Linguística Estrutural, o quadro teórico da Linguística atual retrata diferentes linhas teóricas que se instauraram a partir da tentativa de superar os equívocos e de preencher as lacunas e insuficiências deixadas pelo Estruturalismo linguístico.
De modo geral, tais insuficiências/lacunas estão relacionadas a questões cruciais para o desenvolvimento dos estudos da linguagem e precisavam ser revistas, superadas, ultrapassadas. Veja no quadro abaixo os principais problemas / lacunas / insuficiências deixados pela Linguística Estrutural e que serviram de motivação / objetivo para a Linguística Textual, entre outras áreas de estudo da linguagem, buscarem resolver.

ma vez reconstruído o panorama teórico da constituição da LT de seu nascimento, desenvolvimento até à caracterização de seu objeto de estudo (o texto) no perfil atual e vigente deste campo de investigação, agora serão apresentadas algumas das principais categorias teóricas de análise relacionadas à organização estrutural, às estratégias de processamento e funcionamento e ao contexto interacional. Essa descrição será topicalizada da seguinte maneira: I. Processamento textual e II. Organização estrutural:

I. Processamento textual – o texto deve sempre ser entendido como um processo. O processamento textual acontece através de sistemas de conhecimento acionados no texto e no contexto de produção (KOCH, op.cit). Na produção textual, toda ação (fazer) é necessariamente acompanhada de processos de ordem cognitiva, de maneira que o sujeito dispõe de modelos e tipos de operações mentais. Os interlocutores, na comunicação, dispõem de saberes acumulados sobre os diversos tipos de atividades da vida social, eles têm conhecimentos na memória que precisam ser ativados para que a atividade seja efetivada com sucesso. Tais atividades geram expectativas e isso compõe um projeto nas atividades de compreensão e produção do texto.

Considerando o texto como um processo, HEINEMANN e VIEHWEGER (1991 apud Koch op. cit) definem três grandes sistemas de conhecimento, responsáveis pelo processamento textual:
1Conhecimento lingüístico: diz respeito ao conhecimento do léxico e da gramática, responsável pela escolha dos termos e pela organização do material lingüístico na superfície textual, inclusive dos elementos coesivos.
2) Conhecimento enciclopédico ou de mundo: corresponde às informações armazenadas na memória de cada sujeito. O conhecimento do mundo abrange o conhecimento declarativo, manifestado por enunciações acerca dos fatos do mundo (“A Ponta do Seixas, na Paraíba, é o extremo leste do continente americano”; “São Paulo é a cidade mais populosa do Brasil”) e o conhecimento episódico e intuitivo, adquirido por via da experiência (“Não dá para fritar o ovo sem quebrar a casa”).
3) Conhecimento interacional: compreende dimensão interpessoal da linguagem, ou seja, com a realização de certas ações por meio da linguagem. Divide-se em:

a) conhecimento ilocucional: (meios diretos e indiretos para atingir um objetivo);

b) conhecimento comunicacional: (meios adequados para atingir os objetivos desejados);

c) conhecimento metacomunicativo: (meios de prevenir e evitar distúrbios na comunicação - atenuação, paráfrases, parênteses de esclarecimento etc);

d) conhecimento superestrutural: (modelos textuais globais que permitem aos usuários reconhecer um texto como pertencente a determinado gênero ou certos esquemas cognitivos).

Tais formas de conhecimento são estruturadas em modelos cognitivos. Nessa medida, os conceitos são organizados em blocos, formando uma rede de relações, de forma que um dado conceito sempre aciona uma série de entidades. É o caso da eleição, à qual se associam: políticoseleitorescorrupçãoCPIleissenado, dinheiro e hoje em dia até cuecas! É por causa dessa estruturação que o conhecimento enciclopédico transforma-se em conhecimento procedimental e fornece instruções para agir em situações particulares e agir em situações específicas.



II. Organização estrutural – de modo geral, alguns autores, como por exemplo, Dijk (2000), Koch (1997a), Fávero (1995) e Kleiman (2004), orientam uma organização textual a partir de três níveis estruturais, inter-relacionáveis entre si: Superestrutural, Macroestrutural e Microestrutural.
# SUPERESTRUTURAL 
# MACROESTRUTURAL –
# MICROESTRUTURAL – 

Autores como Koch (1997a), Fávero (1995) e Bentes (2003), defendem importantes critérios de textualidade, entre os quais os mais importantes são:

è Princípio de interpretabilidade – depende da co-participação entre produtor e receptor na situação de comunicação e da intenção comunicativa. Não há textos incoerentes em si, eles são coerentes dentro de um contexto interacional e o que pode ser incoerente para um pode fazer todo sentido para outro.
è Situação comunicativa – interfere na produção/recepção do texto e pode ser entendida em sentido estrito (contexto imediato) e em sentido amplo (contexto sócio-político-cutural).
è Conhecimento de mundo e conhecimento partilhado – conhecimento de mundo é toda memória de vida (social, histórica e individual) armazenada mentalmente e o conhecimento partilhado é a intersecção de conhecimentos comuns compartilhados por produtor e receptor na interação comunicativa.
è Polifonia – (várias vozes) diz respeito ao jogo de vozes e pontos de vista presentes no texto. Muitas vezes a mudança de vozes nem sempre aparece nitidamente marcada no texto.
è Inferência – relaciona-se às estratégias cognitivas que, com base no conhecimento de mundo, organizam e acionam os modelos globais de estruturas textuais: frames, esquemas, planos, scripts.
è Intertextualidade – é um fator importante para o processamento cognitivo do texto, na medida em que recorre ao conhecimento de outros textos. Todo texto traz em si, em níveis variáveis, um grau de intertextualidade, seja ela explícita (quando há indicação da fonte) ou implícita (quando não há indicação da fonte).
è Intencionalidade – esse critério tem uma forte relação com a argumentatividade e refere-se à forma como os sujeitos usam textos a fim de perseguir e realizar suas intenções, de modo que seus textos produzam-se adequados à obtenção dos efeitos desejados.
è Informatividade – é o grau de previsibilidade informacional presente no texto que também está condicionado à intencionalidade e é regulado pelo contexto situacional mais amplo. O grau de informatividade vem imediatamente da relação “dado-novo” referente às informações do texto. Um texto pode trazer um nível de informações novas alto, intermediário ou baixo. É importante salientar que esse critério também depende da interação emissor/receptor: o texto “a terra é redonda” pode ter nível zero de informação para um e ter nível alto de informação para outro (uma criança, por exemplo).

Como é sabido, além da Linguística Textual, também houve outros lugares de ruptura com o estruturalismo linguístico o que culminou na gênese de novos campos de investigação. Assim, como a LT, muitos desses campos também apresentam o texto (e não a frase) como objeto de estudo. Conforme foi advertido anteriormente, a LT mantém uma certa interdisciplinaridade com vários desses outros campos de investigação, cuja preocupação maior é o estudo do texto. Nesse sentido, serão apresentados aqueles campos mais representativos, para que se possa melhor conhecê-los (ainda que superficialmente) e estabelecer as possíveis relações com a LT.
I. SOCIOLINGUÍSTICA
Esta área investiga a relação entre linguagem e sociedade, através dos textos e postula o princípio da diversidade linguística. Nesse sentido, já é fácil notar o seu perfil interdisciplinar. Ela inscreve-se na corrente das orientações teóricas contextuais e funcionais sobre o fenômeno linguístico não apenas sob o ângulo das regras de linguagem, mas também sob a perspectiva das relações de poder manifestadas na e pela linguagem.

II. PRAGMÁTICA
A Pragmática analisa, de um lado, o uso concreto da linguagem, com vistas em seus usuários, na prática linguística e, de outro lado, estuda as condições que governam essa prática. Ela pode ser apontada como a ciência do uso linguístico, cuja preocupação é antes com a Linguagem que com a Língua. Nesse sentido, também se afasta dos pressupostos estruturalistas (de F. Saussure).

III. ANÁLISE DO DISCURSO
A Análise do Discurso francesa (doravante AD) surgiu na França, nos anos 60 para suprir as insuficiências da análise de conteúdo das ciências humanas, que concebia o texto em sua transparência, como projeção da realidade no mundo (extradiscursivo) sem considerar as ligações lingüísticas e textuais. A AD, ao contrário, considera o texto em sua opacidade, enfatizando o funcionamento lingüístico-textual dos discursos no contexto histórico-social. Conforme Maingueneau, 1987, subjazem à Análise do Discurso três práticas:
1. Tradição filológica – história e reflexão sobre os textos (instrumento para História, antropologia, filosofia).
2. Prática da explicação de textos – teoria da leitura (contexto universitário na França).
3. Base no estruturalismo que via o texto em sua imanência diferenciado dos modos de estudo da filologia


IV. SEMIÓTICA DISCURSIVA
A Semiótica aponta o texto, e não a palavra ou a frase, como seu objeto de estudo e procura explicar os sentidos do texto a partir de certos mecanismos e procedimentos de construção do sentido. (Cf. Indursky, 2006). Esses mecanismos e procedimentos dizem respeito a:
èa organização linguístico-discursiva.
èas relações com a sociedade e com a história.


I. ESTRATÉGIAS DE LEITURA 
Quando se fala sobre a leitu­ra enquanto ato individual, uma questão bastante pertinente em relação ao en­sino da leitura diz respeito à viabilidade desse ensino. Não seriam as tentativas de ensino da leitura incoerentes com a natureza da atividade, uma vez que a leitura é um ato individual de construção de signifi­cado num contexto que se configura mediante a interação entre autor e leitor, e que, portanto, será diferente, para cada leitor, dependendo de seus conheci­mentos, interesses e objetivos do momento?


II. 
ESTRATÉGIAS COGNITIVAS
 
As Estratégias Cognitivas são as operções inconscientes do leitor, no sentido de não ter chegado ainda ao nível consciente, que ele realiza para atingir algum objetivo de leitura. Por exem­plo, o fatiamento sintático é uma operação necessária para a leitura, que o lei­tor realiza, ou não, rápida ou cuidadosamente, isto é, de diversas maneiras, dependendo das necessidades momentâneas, e que provavelmente não pode­rá descrever.  De acordo com Kleiman (2004, p.32)

III. ESTRATÉGIAS METACOGNITIVAS 
As Estratégias Cognitivas são as operções (e não regras) realizadas com algum objetivo em mente, sobre as quais temos controle consciente, no sentido de sermos capazes de dizer e explicar a nossa ação.

Leitor analisador e leitor (re)construtor

Conforme Kato (1999), são diversas as hipóteses sobre os processos mentais subjacentes à leitura. Descrevendo algumas delas, a autora enfatiza àquela em que o leitor participa reconstruindo o planejamento do discurso do escritor. Na área de compreensão e leitura, temos duas hipóteses opostas, ambas descrevendo leitores ideais e considerando o texto uma unidade formal, com significado próprio:

1. A ascendente  (bottom-up) ou dependente do texto,  na qual o leitor faz uma análise visual dos dados e procura, através do entendimento das partes menores, entender o significado do todo (leitor analisador);
2. A descendente (top-donw), ou dependente do leitor, na qual o input visual está em segundo plano, pois nessa hipótese o leitor faz uso de seus conhecimentos prévios do assunto e de sua capacidade inferencial para antecipar o entendimento do texto (leitor construtor). (cf. Kato, 1999


Plano de Aula:

1. Assistir ao filme "1984" inspirado na obra de George Orwell
2. Através do texto fazer uma comparação com nossa sociedade atual
3. Partindo da definição de cultura

Aplicar Conteúdo

Através da comparação do conteúdo os alunos serão capazes de comparar  a sociedade na que eles morar com uma fictícia, mas ainda assim parecida com algumas sociedades comunistas atuais.

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